Uma das vantagens associadas às modalidades de educação digital é a possibilidade de análise de dados. O tratamento desta informação – denominada de learning analtytics – pode ter um impacto positivo no ajuste às necessidades específicas dos formandos e na criação de experiências de aprendizagem mais eficazes.
A área de learning analytics refere-se ao processo de medir, armazenar, analisar e trabalhar informação sobre formandos e alunos, de forma a ter acesso a “conclusões mais aprofundadas sobre as suas experiências de aprendizagem e otimizar o ambiente de aprendizagem”, explica a plataforma Moodle, no seu site.
Esta abordagem, acrescentam, pode permitir às organizações e aos educadores compreender melhor “como ocorre a aprendizagem, desenvolvendo as melhores práticas para apoiar o desenvolvimento, interação e sucesso dos estudantes”.
Como tal, explica a Moodle, os learning analytics podem ser aplicados de diversas formas e contextos. Para além da identificação de estudantes que estão em risco de reprovar ou desistir num determinado curso, é possível desenvolver boas-práticas, estratégias de aprendizagem ao longo da vida e oferecer um feedback personalizado e atempado aos estudantes.
O futuro da Educação?
Um relatório da McKinsey datado de 2022 aborda a seguinte questão: “A procura por educação online está a crescer. Estarão as entidades que a proporcionam preparadas?”. Uma das conclusões do documento prende-se à ligação à análise de dados, uma vez que “para crescer e competir, os fornecedores de educação digital podem beneficiar da utilização de dados para tomar decisões de forma rápida”.
Nesse sentido, de acordo com a McKinsey, o investimento em tecnologias de outras áreas da economia digital será fundamental para conseguir a melhor preparação para um contexto em que o mercado da educação online é “cada vez mais competitivo”. “Criar o caminho para uma nova fronteira na educação online é uma tarefa exigente, mas aqueles que o conseguirem fazer vão aumentar o seu impacto enquanto apoiam os estudantes”, concluem.
Outra das áreas estratégicas de aplicação destas ferramentas de análise de dados é na inclusão e acessibilidade aos conteúdos educativos. Um programa das Nações Unidas, por exemplo, integra várias ações para criar um ambiente inclusivo, criando conteúdos perceptíveis, operáveis, compreensíveis e robustos. “É crucial priorizar a acessibilidade à educação online para garantir que cada estudante, independentemente das suas capacidades pessoais, tem um acesso igual às oportunidades de aprendizagem”, explicam.
Para tal, o projeto das Nações Unidas recorrem a informação extraída através de áreas como estatística, ciências sociais e gestão, de forma a “encontrar soluções baseadas em dados que comuniquem conclusões-chave, construindo modelos preditivos básicos”.
Independentemente das suas vantagens, o mundo da análise de dados no setor da Educação necessita de garantir a privacidade e segurança de todos os estudantes e formandos. No início deste ano, por exemplo, a Human Rights Watch concluiu que sete sites educacionais brasileiros – incluindo dois criados por departamentos estatais – enviaram dados para empresas, recorrendo a tecnologias utilizadas na publicidade.
"As crianças e as suas famílias no Brasil desconhecem que há práticas de vigilância de dados a ser aplicadas em crianças em salas de aula virtuais", referiu o especialista da Human Rights Watch em direitos das crianças, Hye Jung Han. Cerca de três meses depois, um dos portais implementou medidas de proteção das crianças que recorrem à plataforma, mostrando que é possível garantir a segurança dos utilizadores.
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