Por uma plataforma mais resiliente

A NAU celebrou, no início de abril, 6 anos de existência. Como qualquer outro projeto digital desta dimensão, os seus números foram crescendo, desde parceiros a cursos, de utilizadores a recursos humanos, o que nos leva a dizer que deixou de ser um projeto para passar a um serviço consolidado. Também o mundo (quase) invisível dos números e algoritmos que constituem a estrutura da NAU – e com o qual eu, como programador, trabalho diariamente - teve a sua expectável evolução.

Mas por trás de uma grande plataforma, há sempre um grande investimento. Após o quadro de financiamento do Compete 2020, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) entrou a bordo
connosco. Como é que este investimento se traduz em linguagem de “zeros e uns”?

+Plano

O PRR veio apoiar o crescimento da plataforma e o nosso trabalho para acrescentar valor ao serviço que a NAU presta à comunidade. Hoje, a plataforma tem um novo visual, mais modernizado, não só devido ao rebranding, mas também devido à atualização do Open edX (a plataforma de código aberto “motor” da NAU) para a versão Redwood. Esta versão introduz uma nova experiência de aprendizagem, incluindo novos ecrãs de progresso, uma nova experiência de fórum e a possibilidade de filtrar os seus cursos tendo em conta o estado ou por título.

O trabalho desenvolvido na plataforma inclui dois outros sistemas, que são fundamentais para lógica de negócio da NAU: o catálogo de cursos e o sistema de analítica.

O catálogo de cursos recebeu várias melhorias ao nível da acessibilidade, da criação de conteúdos e da sua integração com a plataforma Open edX. Estou certo de que estes upgrades trarão qualidade de vida e uma navegação mais fluída na NAU – sim, trocadilho propositado! - aos nossos utilizadores.

Também houve novidades noutro “mundo encantado dos números”: o sistema de analítica é um dos mais recentes desenvolvimentos da comunidade Open edX. Ao substituir o obsoleto Insights, traz a possibilidade às equipas das nossas entidades parceiras de poderem visualizar vários dados de aprendizagem relacionados com os seus cursos. O sistema permite, também, personalizar o modo de visualização destes dados, dando às equipas a possibilidade de ter algo ajustado às suas necessidades.

Por fim, trocamos os números pelas letras – e não, não estou a falar de Álgebra Linear, que me deu dores de cabeça e traumas na universidade. Em paralelo, estamos continuamente a acompanhar a tradução da plataforma Open edX para português, garantindo que, de futuro, todas as suas funcionalidades estão corretamente traduzidas.

Desenvolvimento e integração contínua

O financiamento permitiu à NAU fazer alterações significativas à resiliência do serviço, como a adoção da solução Kubernetes, disponibilizada internamente nos serviços da FCCN. Esta solução permite à plataforma escalar de acordo com os acessos, dando alguma fiabilidade adicional ao serviço. Em curso está uma atualização do hardware utilizado pela plataforma, para um aumento substancial da performance da mesma.

Trocando por miúdos, mudámos a nossa loja. A nossa (outrora) pequena mercearia é, agora, uma grande superfície comercial com a possibilidade de albergar mais corredores, na disposição que pretendermos, consoante as pessoas que a frequentam. O que falta para acompanhar esta mudança? Uma atualização nas caixas registadoras (neste caso, o hardware).

A plataforma está em constante evolução e, graças ao apoio do PRR, garantimos as ferramentas necessárias para melhorar diversos fatores críticos, nomeadamente a interface do utilizador, sistemas de analítica, acessibilidade e funcionalidade para os nossos utilizadores e parceiros. Este tipo de investimento é fundamental para que a missão da NAU chegue mais longe, de uma maneira mais otimizada e acessível.

Sandro Costa, programador frontend e especialista de eLearning na NAU