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Entrevista27/12/2021
Refletiu sobre o futuro nos cuidados de saúde relativamente ao surgimento do "e-doctor" ou da telemedicina e o impacto da alimentação na vida dos idosos.
Venha descobrir connosco o trabalho que os enfermeiros têm feito.
[Luís Carvalho, Presidente da ESEP] A Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) preparou o inicio do ano letivo com a firme determinação de contribuir ativamente para a prevenção e o controlo da pandemia COVID-19, mas também de garantir a qualidade do ensino e a conclusão, com sucesso, dos percursos formativos dos seus estudantes.
Neste contexto, na preparação deste ano letivo, retomamos as estratégias de acolhimento dos novos estudantes em modelo presencial. Foram desenvolvidas atividades de integração e acompanhamento, designadamente através da “semana zero”, do “programa de mentoria” ou das atividades extracurriculares dos grupos formais, como as tunas, grupo de fados e grupo coral.
A cerimónia de abertura do ano letivo permitiu a participação presencial de toda a comunidade, retomando a expectativa de desenvolvimento de um ano letivo o mais próximo possível da normalidade, mas com a garantia de permanente monitorização e adaptação do modelo de funcionamento da escola à evolução da situação pandémica.
[Margarida Abreu, Professora e especialista em Enfermagem Comunitária] Para enfrentar a COVID-19 quer nos serviços de saúde, quer dentro e fora dos estabelecimentos universitários, foi fundamental a formação de todos os trabalhadores e dos estudantes sobre as causas da doença, sintomas, meios de transmissão, consequências, formas de prevenção, seleção e colocação de Equipamentos de Proteção Individual, entre outros. As sessões de formação decorreram de forma presencial e à distância, nomeadamente, com recurso aos MOOC (Massive Open Online Courses) disponíveis na plataforma NAU.
Além da formação foi imprescindível fornecer equipamentos de proteção adequados, juntamente com recipientes para os descartar. Nos serviços de saúde é ainda de destacar a disponibilização de espaços que permitissem a distância física entre doentes e profissionais de saúde e estudantes em ensino clínico. Nas instituições de ensino superior salientamos a disponibilidade de salas de isolamento, a organização e disposição das salas de aula, laboratórios e outras áreas, tais como, bar, refeitório, vestiários e espaços comuns.
Nestas instituições de ensino superior foi também importante a elaboração e a atualização do plano de contingência, a articulação com as autoridades competentes, nomeadamente com as autoridades de saúde, o acesso facilitado a testes laboratoriais, triagem e encaminhamento adequado de estudantes, docentes e pessoal técnico administrativo.
A vacinação também se constituiu uma medida essencial para enfrentar a COVID-19.
[Teresa Martins, Maria José Lumini e Maria Rui Sousa, Professoras e especialistas em Enfermagem Comunitária] Para que seja garantida uma alimentação saudável é fundamental que as pessoas tomem decisões corretas e fundamentadas no que toca à escolha dos alimentos, das quantidades e dos processos de transformação a que estes são sujeitos.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura as ações desenvolvidas nesta área têm em vista o benefício das gerações presentes e futuras. As medidas que podem ser implementadas no combate aos maus hábitos alimentares e à falta de conhecimento nutricional pretendem alcançar mais saúde através da alimentação e adequam-se ao público-alvo. Para as crianças e jovens, e partindo do pressuposto que jovens mais saudáveis serão adultos com melhor potencial de saúde, são desenvolvidas intervenções, através da saúde escolar. Estas intervenções, frequentemente implementadas em grupos, pretendem despertar a consciência sobre a importância das escolhas alimentares saudáveis. Através de debates e discussões orientadas alerta-se para o facto de não se deixarem influenciar pelo marketing e reforça-se a necessidade de adotarem uma atitude proactiva na escolha dos lanches e a reduzir alimentos cariogénicos. Aprender a ler os rótulos também é um aspeto relevante, até porque existem publicidades “enganosas”.
No acompanhamento das pessoas com doenças crónicas as estratégias de enfermagem focam-se em ajudar a pessoa a fazer uma autogestão alimentar correta e adequada ao seu estado de saúde e à(s) sua(s) doença(s) específica(s), sempre procurando ir de encontro às preferências alimentares. No seguimento de pessoas com distúrbios alimentares é feito um acompanhamento no sentido de apoiar e ajudar as pessoas a resolverem os seus conflitos e perturbações, com possível encaminhamento para o serviço de nutrição. Nos mais idosos, e em situação de vulnerabilidade, a educação alimentar pode passar por capacitar o cuidador e/ou a família.
As estratégias usadas pelos enfermeiros na promoção da literacia alimentar podem percorrer vários contextos, e adaptar-se a diferentes perfis e estratégias. No entanto, quando trabalhamos com uma pessoa capaz de tomar as suas próprias decisões, estamos sempre com o foco capacitá-la para fazer escolhas alimentares mais saudáveis. Isto porque a alimentação constitui um dos pilares fundamentais no cuidado que esta pode e deve ter com a sua saúde.
[Teresa Martins, Maria José Lumini e Maria Rui Sousa, Professoras e especialistas em Enfermagem Comunitária] Por vezes as pessoas idosas, pelo facto de já não trabalharem e não serem tão ativas, ficam muitas horas sem comer, ou, no caso de viverem sozinhas, não se encontram motivadas para preparar a refeição, acabando por somente “petiscar”.
No entanto, é importante que os idosos recebam os nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo e à manutenção de uma vida saudável, ou seja, proteínas, hidratos de carbono, vitaminas, minerais, fibras, gorduras e água. Assim, a ingestão destes nutrientes é possível seguindo as recomendações de uma dieta saudável.
A alimentação do idoso deve ser: (1) completa: comer alimentos de cada grupo da roda dos alimentos e beber água diariamente; (2) equilibrada: comer mais alimentos das dimensões maiores; (3) variada: comer dos diversos alimentos de cada grupo, variando diariamente. Cada um dos grupos tem diferentes funções e características nutricionais que devem estar presentes na alimentação diária e não devem ser substituídos entre si.
A dimensão destes grupos explica a percentagem que cada um deve ter na alimentação diária: (1) cereais e derivados, tubérculos – 28%; (2) hortícolas – 23%; (3) fruta – 20%; (4) laticínios 18%; (5) carne, pescado e ovos – 5%; (6) leguminosas – 4%; (6) gorduras e óleos – 2%; (7) água - 1,5 a 2 litros. O açúcar e o sal devem ser consumidos com muita moderação devido aos efeitos nocivos sobre a saúde.
A dieta mediterrânica é um ótimo exemplo a seguir em todas as idades, uma vez que contempla alimentos que fazem parte da nossa cultura. Privilegia o consumo de produtos vegetais, de leguminosas, de peixe, de frutos secos e gordos, bem como a utilização de ervas aromáticas para temperar e o azeite como gordura de eleição. Sugere um consumo baixo a moderado de vinho, elegendo a água como principal bebida. Aconselha um consumo baixo em carnes vermelhas e moderado de lacticínios. Em simultâneo, privilegia o consumo de produtos sazonais e da agricultura local. Valoriza as técnicas de preparação dos alimentos mais tradicionais como as sopas, as jardineiras, estufados, entre outras. Reforça ainda a necessidade de partilhar refeições, valorizando as tradições e o encontro “à mesa” da família.
[Miguel Padilha, Professor e Investigador CINTESIS] Nos últimos anos as inovações no domínio das tecnologias da informação e comunicação (TIC) bem como o aumento da acessibilidade pelos cidadãos a dispositivos e redes de comunicação tem vindo a alterar a forma com interagimos nos domínios profissionais e familiares. Na área da saúde esta mudança encontrou algumas resistências de base multifatorial, contudo, a pandemia por COVID19 veio alterar radicalmente a acessibilidade aos serviços de saúde facto que tornou inadiável a introdução das TIC como recurso de aproximação do cidadão aos cuidados de saúde. No futuro é expectável que as tecnologias assumam um papel central como recurso promotor da acessibilidade pelos cidadãos aos cuidados de saúde, vencendo distâncias físicas, constrangimentos financeiros, profissionais e familiares. A utilização das TIC na área da saúde, terá ainda impacte no acompanhamento de proximidade de doentes crónicos contribuindo, como a evidência já demonstra, para melhores resultados no controlo das doenças crónicas e na qualidade de vida. As TIC viabilizarão ainda a permanência no domicílio de doentes sob monitorização, à distância, de parâmetros fisiológicos com mediação por profissionais de saúde, que permitirão reduzir os tempos de internamento e garantir a segurança dos cuidados. As TIC terão ainda um papel central como recurso promotor da saúde e controlo de doenças crónicas pelo suporte que disponibilizarão aos cidadãos para a adoção de comportamentos de autocuidado e autogestão da doença. As TIC assumirão um papel central da disponibilização de informação personalizada, em saúde, que contribuirá para um aumento da literacia em saúde, da perceção de eficácia pelos cidadãos para gerirem a condição de saúde, mediada por profissionais de saúde. As TIC assumirão ainda um papel central no recrutamento da motivação intrínseca dos cidadãos para manterem comportamentos adequados à condição de saúde ao longo do tempo.
[Miguel Padilha, Professor e Investigador CINTESIS] Os estudantes de enfermagem, os nossos enfermeiros do futuro!, serão acompanhados pelas instituições de ensino no desenvolvimento de competências que lhes permitirão utilizar as TIC como recurso para disponibilizarem cuidados de enfermagem mais efetivos e significativos para os cidadãos. A utilização das TIC será indissociável de uma maior proximidade e personalização dos cuidados de saúde. A utilização das TIC terá impacte, também, na forma como terão acesso à formação ao longo da vida, e essencialmente na disponibilização de informação para aumentar a qualidade e a segurança das suas decisões clínicas. Neste concreto a evolução das TIC e o aumento na sua acessibilidade no “ponto dos cuidados” permitirá aos enfermeiros acederem a novas variáveis, a integrarem na decisão clínica, que no passado eram inimagináveis e que permitirão aumentar a qualidade e segurança dos cuidados.
[Miguel Padilha, Professor e Investigador CINTESIS] O programa Ecare- COVID-19 foi desenvolvido com a finalidade de dar resposta às necessidades formativas dos diferentes profissionais de saúde no período de pandemia (2020-2021). Caso a pandemia caminhe para um “final”, como todos ansiamos, a necessidade de novas atualizações/ versões deixará de ser pertinente. Contudo este curso permitiu, para além do serviço prestado à comunidade, perceber a utilidade e intenção percebida pelos profissionais de saúde para a utilização de formação certificada em formato assíncrono e gerida pelo próprio. Contudo, na eventualidade da pandemia nos colocar novos desafios a comunidade pode contar com o Nossa compromisso em disponibilizar novos conteúdos formativos dirigidos aos “hipotéticos” desafios emergentes.
[Miguel Padilha, Professor e Investigador CINTESIS] O curso ECare - COVID-19 - Programa de Atualização Profissional, superou todas as N/ expetativas desde o início pela vinculação de todos os profissionais envolvidos na conceção, planeamento e desenvolvimento dos conteúdos, devo referir que este curso teve um custo “zero” para a sociedade. A todos estes deixo o meu agradecimento e reconhecimento pelo esforço que fizeram num momento em que as solicitações clínicas eram imensas. Do lado dos participantes também encontrámos uma resposta muito positiva por parte dos mais de 2000 profissionais que se inscreveram no curso. Os dados apontam para taxas de utilidade do curso, qualidade e satisfação superiores a 85% e uma taxa de sucesso (emissão de certificado) superior a 33%.
Conheça o Futuro nos Cuidados de Saúde com a Escola Superior de Enfermagem do Porto. Saiba mais sobre a luta contra a COVID-19 e o "e-doctor".
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