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Artigo09/03/2023
A importância da avaliação online foi um tema em destaque durante a pandemia da Covid-19, depois de as medidas de contenção terem levado à implementação generalizada do ensino a distância. “A pandemia obrigou a questionar de forma mais premente a parte da avaliação, ao mesmo tempo que alicerçou a importância do EaD nas universidades”, escreve o presidente do Conselho Pedagógico da Universidade Aberta, Jorge Morais.
A esta atividade de supervisão de exames dá-se o nome de “proctoring”. O termo refere-se a uma pessoa ou software que faz monitorização do comportamento de um estudante durante uma prova. Tendo em conta as especificidades das provas online, no caso do ensino a distância, esta dimensão assume particular relevância e aplicação, com a existência de várias empresas que vendem serviços de segurança para diminuir as hipóteses de um aluno copiar ou consultar informação durante um momento de avaliação.
Desde o início da pandemia da Covid-19, os programas mais populares de proctoring registaram um aumento de 500% na utilização, com o mercado global desta atividade a rondar os 600 milhões de dólares em 2021, com previsão de crescimento até 1700 milhões em 2027. Os primeiros softwares de proctoring surgiram em 2008, sendo que, de acordo com um estudo de 2020, 54% das instituições de ensino superior utilizam este tipo de ferramentas.
Uma das soluções utilizadas, no mundo do online proctoring, é o chamado “proctoring presencial”, durante o qual uma pessoa acompanha a realização da prova. Contudo, é fácil compreender a dificuldade de atribuir um supervisor a cada aluno. Nesse sentido, têm sido desenvolvidas soluções tecnológicas que permitem efetuar esta supervisão. Para além da gravação de áudio e vídeo, existem também soluções de inteligência artificial que analisam essa informação ou programas que garantem que os estudantes apenas utilizam o software necessário para o teste ou exame, por exemplo.
A gravação de áudio e vídeo da realização da prova tem gerado um debate sobre questões ligadas à privacidade dos estudantes, nomeadamente nos Estados Unidos, onde um tribunal federal deliberou que os “room scans” (a gravação a 360º do espaço onde é realizada a prova) são inconstitucionais, em agosto de 2022. Por essa razão, a garantia de uma utilização ética deste tipo de ferramentas será fundamental no futuro do ensino online.
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