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ArtigoEconomia e Gestão08/12/2025
De acordo com o estudo ‘Digital e Cibersegurança 2025’, do Observador Cetelem, 1 em cada 4 portugueses já foi vítima de fraude digital. Em contrapartida, o estudo mostra também que muitas pessoas ainda não adotam todas as precauções possíveis: apenas 37% afirmam que “tomam sempre precauções para proteger dados pessoais”.
Durante o Natal, o volume de compras em Portugal dispara, especialmente no comércio online. Segundo dados da SIBS Analytics de 2024, entre 1 e 24 de dezembro, as transações por cartão online cresceram 36% em valor face ao ano anterior. Este aumento evidencia a forte migração dos consumidores para o comércio digital nesta época festiva. Este crescimento traz novos riscos para os consumidores. Segundo o Portal da Queixa, até 28 de maio de 2025, já tinham sido reportadas 3.886 queixas de burlas online. Até outubro de 2025, este número aumentou 64% em comparação com 2024.
Para não fazer parte destes números, reunimos 5 dicas para ter a certeza que não recebe nenhum "presente envenenado" online durante o fernesim de compras de Natal:
Antes de efetuar uma compra natalícia, é fundamental confirmar a credibilidade da loja ou da plataforma.
Na rúbrica semanal do Idealista, de novembro de 2025, assegurada pela Deco, é alertado que muitos consumidores não verificam a avaliação do vendedor ou a sua reputação online. Muitos também ignoram a política de devoluções. Comprar em marketplaces aumenta a probabilidade de encontrar vendedores fraudulentos ou produtos de qualidade duvidosa. Por isso, é essencial verificar as classificações, os comentários de outros compradores e os contactos da empresa, como morada, telefone e e-mail.
Outro ponto importante, referido pela Caixa Geral de Depósitos, é garantir que não apenas o comprador e o produto são seguros. Também deve certificar-se de que o website onde vai efetuar a compra é fiável. Uma forma relativamente simples de o fazer é através da ligação. Verifique se a ligação é encriptada. O URL deve começar por ‘https://’ e apresentar o ícone de cadeado, indicando que os seus dados estão protegidos durante a navegação.
Agregado a isto, use sempre um link que tenha sido digitado manualmente ou guardado, em vez de seguir promoções não solicitadas, reduzindo o risco de cair em websites falsos.
Na hora de pagar, prefira métodos que minimizem o risco em caso de fraude. De acordo com a brochura “Fica a Dica” do Banco de Portugal, é recomendável usar cartões virtuais, como o MB NET, ou cartões com limite reduzido e autenticação reforçada para fazer compras online. Estes métodos evitam que os seus dados bancários reais fiquem expostos ao vendedor, oferecendo uma camada extra de segurança.
Além disso, deve sempre partilhar apenas os dados absolutamente necessários para concluir a compra. O Banco de Portugal insiste que não deve ceder informações sensíveis, como PIN, códigos de segurança ou dados pessoais excessivos, a plataformas não confiáveis. Por fim, mantenha o seu dispositivo seguro: utilize antivírus atualizado e evite realizar pagamentos através de redes Wi-Fi públicas, que podem ser exploradas por cibercriminosos.
A época natalícia é também um período de mais descontos, especialmente em grandes campanhas associadas como Black Friday ou Cyber Monday. Deve por isso aplicar o princípio de desconfiar se uma promoção lhe parecer “boa demais para ser verdade”. A Deco alerta que ofertas muito abaixo da média podem ser sinal de fraude ou produto falsificado. Como anteriormente referido, em mercados digitais, esta desconfiança é ainda mais pertinente, pois nem todos os vendedores são escrutinados da mesma forma.
Planear com antecedência pode também ajudar a evitar decisões precipitadas. Estabeleça um orçamento e faça uma lista dos produtos de que precisa ou quer comprar. Identifique também os valores ‘normais’ de mercado para esses itens. Esta preparação faz com que seja mais fácil perceber quando um preço é realmente vantajoso.
Depois de efetuada a compra, é importante guardar todos os registos e documentos associados à compra: e-mails de confirmação, faturas digitais, capturas de ecrã com os termos da oferta (como política de devolução) e recibos. Estes registos podem ser essenciais caso seja necessário reclamar ou provar algum problema. Um registo completo permite-lhe identificar o que foi acordado no momento da compra, caso algo corra mal, como atrasos na entrega ou produto diferente do anunciado.
Além disso, é fundamental conhecer os seus direitos enquanto consumidor. No caso das compras online dentro da União Europeia, tem direito de reflexão (direito de arrependimento), geralmente por um período mínimo de 14 dias, durante os quais pode devolver o produto sem justificar motivo. Verifique sempre as condições de devolução antes de finalizar a compra. Se o vendedor ou a loja não as especificar ou recusar fornecê-las, isso deve servir como alerta para reconsiderar a transação.
Phishing, anúncios de redes sociais fraudulentos e aplicações enganadoras proliferam nesta época. Segundo a plataforma Safety Purchase Portugal, os criminosos usam e-mails fraudulentos que imitam empresas legítimas para enganar os consumidores e recolher dados bancários. De igual forma, podem surgir chamadas (“vishing”) onde alegados “funcionários do banco” pedem informações sensíveis - nunca forneça dados sem confirmar a autenticidade da fonte.
Para mitigar esses riscos, a Caixa Geral de Depósitos acrescenta que deve manter os seus dispositivos (computador, telemóvel, tablet ou outro) sempre atualizados com os patches de segurança mais recentes. As atualizações frequentemente corrigem vulnerabilidades que os atacantes aproveitam para aceder a dados ou infiltrar malware. Além disso, use autenticação multifator sempre que possível. Isto adiciona uma barreira extra, mesmo que alguém descubra a sua palavra‑passe.
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