10/10/2025
Problemas associados à saúde mental são bastantes presentes no ambiente de trabalho. Globalmente, 41% dos trabalhadores indicam sentirem-se stressados durante a sua jornada de trabalho. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que 12 mil milhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e ansiedade. No caso específico de Portugal, 70% dos trabalhadores têm sintomas de burnout, sendo que mais de metade apresenta três ou mais sintomas desta que é considerada a “epidemia global do século XXI”. Segundo a Ordem dos Psicólogos, o stresse e os problemas de saúde psicológicos resultam em acentuadas quebras de produtividade dos trabalhadores, custando às empresas portuguesas até 5,3 mil milhões de euros por ano.
Quando se analisa mais especificamente o mundo do empreendedorismo, os números tendem agravar-se. O estudo “Saúde e Performance de Pessoas Empreendedoras”, que analisa a realidade brasileira, refere que “94,1% dos fundadores de startups relataram ter enfrentado pelo menos uma condição adversa de saúde mental durante sua jornada, sendo a ansiedade a mais comum (85,6%), seguida por burnout (37%), depressão (21%) e ataques de pânico (22%).” Além disso, 56,8% dos entrevistados consideram sua rotina de trabalho “stressante ou muito stressante”, enquanto 43,2% a classificam como “moderada ou tranquila”. Também um estudo da Springer Nature, cujo objetivo se foca em perceber a prevalência e co-ocorrência de condições psiquiátricas entre os empreendedores e as suas famílias, revela que os empresários referem sofrer mais depressão (30%), Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (29%), doença bipolar (11% ) e apresentar maior consumo de substâncias (12%) do que os participantes de comparação.
Olhando para dados recolhidos em Portugal, num estudo realizado pela Universidade Católica junto da comunidade da Casa do Impacto em Lisboa, revela que 74% dos empreendedores de impacto percebem que o trabalho influencia a sua saúde mental, enquanto 61% admitem um agravamento significativo da saúde física desde que assumiram essas funções. Quase 30% apresentam sintomas de ansiedade moderada ou grave, 20% sofrem de insónia clinicamente significativa e 7,7% têm sintomas de depressão moderada ou grave.
Estes números demonstram o impacto emocional que o ecossistema empreendedor pode ter nos empresários, evidenciando a necessidade de ferramentas de apoio.
Uma abordagem promissora é a implementação de programas que promovam o bem-estar emocional, o autoconhecimento e a gestão do stresse. O Target, programa da Casa do Impacto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, foi desenhado tendo por base o estudo acima referido da Universidade Católica. Destinado a empreendedores de impacto, combina workshops, sessões de coaching individual e de equipa, momentos de reflexão, yoga e atividades para desenvolver inteligência emocional e de grupo.
Através de métodos como dar nome às emoções, partilha de experiências e exercícios de respiração, o Target ajuda os participantes a organizar a mente, lidar com pressão e burnout, e criar hábitos que favorecem a saúde mental, mostrando como programas bem estruturados podem ter um efeito direto no equilíbrio emocional de empreendedores.
A formação é também uma ferramenta poderosa para promover bem-estar e resiliência no contexto profissional. Cursos em formato MOOC (Massive Open Online Course – Cursos abertos e Massivos e Online) são uma boa opção para quem quer aprender ao seu ritmo, de forma a adaptar o tempo para aprendizagem às rotinas do dia-a-dia.
A Plataforma NAU oferece um vasto leque de cursos que o ajudam a compreender melhor os contornos da saúde mental e como promovê-la no contexto laboral. Através do curso “Fundamentos da Felicidade Organizacional”, dinamizado pela Happiness Business School, irá aprender a criar ambientes de trabalho mais saudáveis, a promover uma Liderança Humanizada e a perceber o porquê de a felicidade ser a métrica do futuro. As inscrições estão abertas até junho de 2026 e a taxa de esforço estimada para concluir a formação é de 7 horas, ao ritmo do estudante.
No curso “The Psychology and Physiology of Stress”, dinamizado pela Universidade do Porto, irá compreender melhor os mecanismos biológicos e fisiológicos inerentes ao stress, bem como estratégias práticas para o prevenir. Com uma taxa de esforço estimada de 3 horas, ao ritmo do estudante, poderá inscrever-se até dezembro de 2025.
A NAU é cofinanciada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
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