O Instructional Designer da equipa da NAU, Sandro Costa, partilha a experiência de participar na segunda paragem do Roteiro INCoDe.2030, nos Açores. Durante os próximos meses, esta iniciativa vai visitar mais de 20 localidades portuguesas, em conjunto com a NAU, com o objetivo de aumentar as competências digitais da população portuguesa.
Preparei a mala e viajei até Lisboa, para me dirigir até ao terminal 2 e embarcar em direção a São Miguel. Seria nessa ilha que iria realizar uma apresentação, durante o segundo evento do Roteiro INCoDe.2030, com um tema que toca a todos os portugueses – o mar. Esse era o desafio que se me apresentava.
Para além da beleza natural dos Açores, encontrei um igualmente imponente Nonagon, o parque de ciência e tecnologia de São Miguel, um espaço que personifica na perfeição o investimento na tecnologia e descentralização que está a ser feito no nosso país.
A sessão de apresentação coube à Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Cristina Calisto, ao Diretor Regional de Políticas Marítimas, Mário Rilhó de Pinho, e ao Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa. Ao longo desta sessão, foi destacada a importância do mar para o nosso país, da sua costa e do quão relevante é conhecer e preservar o nosso património, algo que se manteve como a tónica da sessão.
Entre os investigadores presentes no painel seguinte, não faltaram as ressalvas à importância de continuar a estudar o mar e de investir no conhecimento. A recente evolução tecnológica permitiu que estes estudos possam ser efetuados com recurso a equipamentos (sensores, equipamento de comunicação e localização) mais acessíveis e menos comerciais, com uma vertente de DIY (do it yourself).
Infelizmente, estas possibilidades tecnológicas não excluem a necessidade de investimento em equipamento e profissionais especializados, algo que Nuno Lourenço, do CEIIA - Centro de Engenharia e Desenvolvimento, salientou, referindo a dificuldade em captar e manter talento por parte da academia.
Entre conversas agradáveis e doces regionais dispersos em pequenas mesas no coffee break, fui conhecendo diversos projetos focados na preservação de espécies marinhas. Este espaço trouxe-me também a oportunidade de dar a conhecer a NAU e as possibilidades que a nossa plataforma oferece, enquanto espaço de conhecimento, a este tipo de projetos.
Os restantes painéis desenvolveram o tema do conhecimento e da aprendizagem, focando a importância de introduzir projetos inovadores, muitas vezes disruptivos. Alguns dos exemplos mencionados são programas como o ENSICO (https://ensico.pt/), que visa o estimulo do pensamento computacional, o UPskill (https://upskill.pt/), que pretende desafiar os seus participantes a trabalhar no setor digital através do aumento das suas qualificações, ou o Apps For Good (https://www.appsforgood.org.pt/AppsForGood/Home), que convida alunos, professores e especialistas a criarem equipas para desenvolver aplicações que resolvam problemas identificados pelos seus participantes.
Foram partilhadas muitas outras iniciativas de transformação social e digital relevantes, sempre com o mesmo objetivo sonoro, profundo e partilhado entre os que subiram ao palco – transformar o mundo em que vivemos.
Durante mais de três horas, ecoaram pelo auditório do Nonagon palavras como descentralização e democratização, relativas à forma como o nosso país vê e promove a formação na área da tecnologia. Reforçou-se a necessidade de estabelecer parcerias entre universidades e politécnicos onde elas não existam e de reforçar as que já existem, com a possibilidade de criação de novos projetos de cooperação.
Regressando ao tema da ciência, com enfoque no mar, destacou-se a crescente importância da Inteligência Artificial e da automação como fatores a ter cada vez mais em conta quando se desenvolvem projetos de investigação.
Na NAU, partilhamos a mesma visão, sendo que o nosso foco está na aprendizagem e na ciência cidadã. O que nos diferencia dos demais projetos é a escala e a possibilidade de potenciar um ambiente de aprendizagem multidisciplinar, abrindo espaço para diferentes atores, incluindo aqueles mais próximos da indústria.
Foi este mar que nos une que encontrei em São Miguel. Um mar vasto, marcado pela beleza natural que nos assoberba nos Açores, cheio de projetos e iniciativas construídas em redor de uma ideia central: a de capacitar os portugueses, através da tecnologia.
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