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Interview06/14/2021
A Dádiva de Sangue é sobre a valorização de vida, mas ainda existem muitas dúvidas sobre o processo da doação.
A Presidente do IPST, IP, Dra. Maria Antónia Escoval e o Dr. Victor Marques, Vogal do Conselho Diretivo do IPST, explicam na entrevista dada à NAU o pocedimento para quem quer doar sangue, o que é a dádiva de sangue e como enfrentaram a pandemia que surgiu de surpresa e que parou o país.
O sangue não se fabrica artificialmente, pelo que só com o generoso contributo dos dadores, os doentes podem ter mais e melhor qualidade de vida.
Ser um dador de sangue é exercer um dever cívico e de cidadania, fazendo-nos sentir bem e orgulhosos, neste gesto solidário e ímpar de amor ao próximo.
Um dador de sangue tem vários aspetos da sua saúde monitorizados regularmente, sendo que a dádiva poderá trazer benefícios cardiovasculares e ser um forte incentivo para a adoção de um estilo de vida saudável.
Os dadores são reconhecidos publicamente pelo seu gesto altruísta e essencial ao sistema de saúde nacional através da atribuição de galardões com vários graus [estabelecido pela Lei n.º 37/2012 (Estatuto do Dador de Sangue) e regulamentado pela Portaria nº, 124-A/2013]. Os direitos dos dadores de Sangue estão estabelecidos legalmente no artigo 6º da Lei n. 37/2012 - Estatuto do Dador de Sangue.
As condições essenciais para ser dador de sangue são ter entre 18 e 65 anos (o limite de idade para a primeira dádiva é os 60 anos); ter peso igual ou superior a 50 kg e ter hábitos de vida saudável. Caso reúna estas condições deve deslocar-se a um local com serviço de colheita. Para saber mais consulte o site do IPST.
A situação demográfica do país. O envelhecimento da população portuguesa coloca uma forte pressão e desafios no recrutamento de novos dadores, pois os mais velhos ficam impedidos de dar sangue pelo limite de idade; mas os mais jovens também estão mais pressionados em termos profissionais, pelo que a disponibilidade é um fator crítico.
O IPST,IP tem-se empenhado fortemente na melhoria contínua dos serviços prestados, adaptando a disponibilidade dos seus recursos às novas demandas em termos sociais e laborais, visando assegurar, ao longo do ano, as colheitas de sangue necessárias ao suporte da atividade hospitalar.
A aposta estratégica nas tecnologias de informação e comunicação e a mais eficiente interligação entre estas ferramentas, podem facilitar a aproximação e maior participação da comunidade, com ganhos para todas as partes envolvidas, promovendo uma maior humanização e personalização dos serviços nesta área.
Este curso irá contribuir para a literacia em saúde no contexto da promoção da dádiva segura, permitindo-nos chegar a grandes audiências, num período de tempo relativamente curto.
Como principais vantagens gostaríamos de apontar a enorme abrangência, a promoção da dádiva de sangue e a capacitação da população através da resposta a questões ou dúvidas frequentes.
Em 2020, ocorreu uma redução de 5,6% no total de dádivas realizadas no IPST,IP o que, face à situação epidemiológica que enfrentámos, e em comparação com outros países europeus, se considera um bom resultado. As reservas de sangue mantiveram no entanto sempre níveis que permitiram dar resposta às necessidades dos Hospitais, uma vez que apesar da redução nas colheitas, houve também abrandamento das atividades hospitalares, levando a que se mantivesse algum equilíbrio entre as colheitas e os consumos.
Considerando que cerca de 70% das colheitas do IPST,IP em 2019 foram realizadas em sessões de colheita móvel, com o desenvolvimento da situação pandémica foram surgindo constrangimentos à colheita, nomeadamente o trabalho a partir de casa, os estabelecimentos de ensino sem aulas presenciais e a inoperacionalidade das unidades móveis de colheita de sangue devido ao necessário distanciamento social.
Destacam-se como medidas adotadas para ultrapassar a situação o reforço de SMS de convocatória (foram enviados 3 713 431, durante 2020) o agendamento prévio para a dádiva, o alargamento do horário, dias e locais de colheita (sete dias por semana), o reforço e deslocalização das sessões de colheita, a abertura de Postos Avançados e o aumento da atividade de colheita por aférese (que permitiu a disponibilidade constante de plaquetas), que contribuíram para uma melhoria na resposta à comunidade, tendo-se verificado, apesar da redução global, um crescimento de 2% no número de novos dadores.
Foram também implementados novos procedimentos de comunicação com os Serviços de Imuno-Hemoterapia hospitalares, através de notas informativas semanais acerca das reservas estratégicas existentes a nível nacional, que permitiram adotar procedimentos mais ajustados na Gestão do Sangue do Doente.
Contámos sempre com o trabalho contínuo dos nossos parceiros, as Federações e Associações de Dadores, e o sustentado altruísmo dos dadores de sangue.
Certamente, a disseminação de informação para grandes audiências ministrada num período de tempo relativamente curto, o acesso livre, a inexistência de barreiras, nomeadamente geográficas, constituem importantes mais-valias.
Parece-nos ainda ser um modo de comunicação que permite chegar junto dos mais jovens da nossa população, de importância estratégica para esta causa.
Inscreva-se no curso disponibilizado através da plataforma NAU, um serviço gerido pela unidade FCCN da Fundação da Ciência e a Tecnologia (FCT):https://www.nau.edu.pt/pt/curso/dador-de-sangue-criterios-de-elegibilidade/
Sabe o que é a Dádiva de Sangue? No Dia Mundial do Dador de Sangue, leia a entrevista da Presidente do IPST, IP, Dra. Maria Antónia Escoval.
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