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ArticleSocial Sciences01/04/2025
Louis Braille, nascido em 1809 em Coupvray, França, perdeu a visão aos 3 anos devido a um acidente na oficina do pai. Aos 16 anos, enquanto estudante no Instituto Nacional para Jovens Cegos de Paris, começou a dedicar-se ao desenvolvimento de um sistema mais eficiente para leitura e escrita tátil. Até então, os alunos cegos liam através de letras em relevo, um processo que se tornava lento e difícil. A sua inspiração surgiu ao conhecer o sistema de pontos em relevo criado por Charles Barbier, um antigo oficial do exército de Napoleão que usava pontos para representar sons, permitindo a comunicação no escuro. Reconhecendo o potencial desta ideia, Louis passou três anos a aperfeiçoá-la, adaptando os pontos para representar letras e números. Este esforço resultou na invenção do código braille, um método revolucionário que transformou a forma como pessoas cegas podiam ler e escrever. Hoje, é um sistema usado mundialmente, promovendo a inclusão e a autonomia das pessoas com deficiência visual.
Para além do braille, é possível depararmo-nos no nosso quotidiano com vários exemplos de plataformas e sistemas para a promoção da acessibilidade, como rampas ou sinais sonoros nos semáforos. Mas numa sociedade cada vez mais marcada por interações online, como é que essa promoção se traduz no digital?
De acordo com as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG), que definem “como tornar os conteúdos Web mais acessíveis a pessoas com deficiência”, existem várias boas práticas a ter em consideração. A disponibilização de descrição de imagens, a navegação simplificada ou a compatibilidade com leitores de ecrã, são algumas das práticas cruciais para assegurar uma experiência digital inclusiva. Por vários motivos, muitas plataformas ainda apresentam barreiras que limitam ou impedem o acesso pleno por parte das pessoas com deficiências.
Segundo o website do projeto acessibilidade.gov.pt, em 1999 “Portugal foi o primeiro Estado Membro da União Europeia a adotar requisitos de acessibilidade para os conteúdos e os serviços disponibilizados pela Administração Pública na Internet”. O portal disponibiliza ainda ferramentas e tutoriais nesta temática, bem como indicações sobre a obtenção de uma Declaração de Acessibilidade Web, que desde 23 de setembro de 2020 passou a ser obrigatória em websites da Administração Pública.
Como sugestões de outras leituras sobre a avaliação de acessibilidade de um website, recomendamos o Relatório de Testes de Usabilidade, pelo portal https://paralimpicos.pt, e ainda, o IT Accessibility Handbook.
A formação online pode desempenhar um papel crucial para a capacitação em acessibilidade web. Desde 2023 que a Agência para a Modernização Administrativa (AMA) disponibiliza um curso em Auditoria em Acessibilidade Web na Plataforma NAU, que já angariou quase 2500 inscrições ao longo de duas edições. Este exemplo reflete o compromisso da NAU em promover competências essenciais para a criação de conteúdos e serviços digitais mais inclusivos.
O Dia Mundial do Braille apresenta-se como uma oportunidade para refletir não só sobre as conquistas alcançadas em relação à acessibilidade, como também sobre os desafios que ainda persistem. No mundo físico, o Braille permite que milhões de pessoas tenham um acesso mais justo a variadas questões. No mundo digital, iniciativas como os cursos desenvolvidos pela Plataforma NAU representam um passo fundamental para garantir que todos possam usufruir plenamente do conhecimento e da informação.
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