No dia 24 de setembro, a missão da qualificação digital esteve em destaque, com a realização do Fórum das Competências Digitais, em Lisboa. Ao longo dos últimos anos, vários esforços têm sido desenvolvidos nesta área. Qual a importância deste trabalho? E qual é o papel da NAU nesta missão?

Em 2018, o Governo assumiu um objetivo: subir os níveis de literacia digital dos 53% para os 80%, até 2030. Paralelamente, outras iniciativas têm sido levadas a cabo, como o programa “Eu Sou Digital”, lançado em julho de 2021 e que pretende qualificar digitalmente um milhão de pessoas até 2023. 

Os esforços realizados neste âmbito pretendem oferecer à população portuguesa conhecimentos e competências essenciais. “Fornecer as competências básicas para que as pessoas possam ter essa literacia digital” é, atualmente, “tão importante como aprender a ler ou a fazer contas”, afirmou ao Expresso o presidente da Deco, Vasco Colaço. 

De acordo com a Comissão Europeia, a literacia digital consiste nas habilidades e competências necessárias para apresentar, trocar ou produzir informação, bem como comunicar e participar em redes colaborativas via Internet. Cada vez mais, estas capacidades são importantes para promover a autonomia, o pensamento crítico, a criatividade e a interação dos cidadãos e cidadãs. Nas palavras da ativista de direitos digitais, Francella Ochillo, “numa sociedade digital, os direitos digitais são direitos civis”.

A necessidade de mudança fica clara nos números: em 2021, dois em cada dez portugueses nunca tinham utilizado a Internet. Contudo, a literacia digital é hoje fundamental para uma verdadeira inserção dos cidadãos na sociedade. Basta-nos pensar como as tecnologias digitais são hoje importantes, por exemplo, para fazer novas conexões e novas aprendizagens ou encontrar emprego, estar atualizado e compreender a pegada digital, garantindo a nossa segurança.  

O papel da NAU

Desde a sua fundação, a NAU tem como uma das suas principais metas aumentar os índices de qualificação digital da população. “Estimular a literacia digital”, pode ler-se nos objetivos do projeto, aludindo a esta componente essencial. Esta meta, por sua vez, relaciona-se com as restantes: a promoção de uma cultura de conhecimento e aprendizagem contínua, em particular na população portuguesa, ao possibilitar o ensino e formação a comunidades alargadas de utilizadores.

São estas características que tornam a NAU essencial no cumprimento da missão do fomento da literacia digital. Através dos Cursos Abertos, Massivos e Online (MOOC) é possível comunicar massivamente, levando até aos cidadãos as aprendizagens mais relevantes, respondendo às suas necessidades. É por essa razão que a NAU faz parte das ações transversais da iniciativa Portugal INCoDe.2030, ao promover o desenvolvimento digital, a inclusão e a literacia digitais, educação e qualificação da população ativa.

No dia 24 de setembro, o INCoDe.2030 organizou o Fórum das Competências Digitais, em Lisboa, para apresentação de resultados desta iniciativa nacional, bem como para a partilha de boas práticas. A NAU teve oportunidade de subir ao palco deste evento, através da participação do seu gestor, Pedro Cabral, num painel dedicado aos temas do Emprego e da (Re)qualificação. Durante os trabalhos, foi ainda anunciada a publicação de nove cursos dedicados ao tema das Competências Digitais, resultado de uma parceria entre as duas entidades. 

O INCoDe.2030 é uma iniciativa integrada de política pública dedicada ao reforço de competências digitais que encontra na NAU uma ferramenta que contribui para maior acesso ao saber e para o desenvolvimento de aptidões, tornando a população mais qualificada. “Vivemos num mundo que depende, cada vez mais, das tecnologias digitais e em que os dispositivos eletrónicos e plataformas online são a forma mais comum de interação”, recorda o INCoDe.2030, no seu site, antes de acrescentar: “As competências digitais são essenciais para o exercício pleno da cidadania”.