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ArtigoFormação e EducaçãoArtes e Cultura24/08/2025
O Dia do Artista celebra aqueles que transformam a arte em ensino e conhecimento. Na NAU acreditamos que a arte pode e deve educar, inspirando novos públicos e moldando práticas pedagógicas inovadoras. Conheça 7 artistas que impactaram práticas educacionais em diversas áreas criativas:
Shinichi Suzuki (1898 - 1998), violinista e educador japonês, desenvolveu o Método Suzuki (ou “Educação do Talento”), inspirado em como as crianças aprendem a língua materna: através da escuta e imitação, num ambiente de estímulo positivo. A abordagem defende que todas as crianças devem aprender música desde cedo, com apoio familiar e prática regular.
No contexto da educação artística, este método valoriza a formação integral da criança, não apenas técnica musical, mas também desenvolvimento emocional, social e cognitivo. Até hoje, inúmeras escolas e organizações musicais no mundo usam este modelo pedagógico como referência.
Estas informações foram retiradas do website oficial da International Suzuki Association, que coordena e protege o uso do nome e do Método Suzuki a nível mundial. Licencia associações regionais e garante a qualidade do ensino e atua como entidade central de regulação e promoção do método.
Maria Velez (1935 - 2017), artista visual e docente portuguesa, destacou-se pelas suas obras em pintura, gravura e tapeçaria e ainda na área da moda. A artista foi professora nas Escolas António Arroio, Josefa de Óbidos, em Lisboa e na Escola Técnica do Cacém, foi ainda assistente de desenho na Faculdade de Arquitectura de Lisboa entre 1983 e 1995.
Enquanto educadora, defendia que “aprender a gramática das artes visuais” era essencial para estimular a criatividade dos alunos. O Centro Cultural de Cascais apresentou a mostra "Uma Homenagem à Vida" dedicada à obra da pintora e designer.
Josef Albers (1888 - 1976), artista e pedagogo alemão, formado e docente na Bauhaus, idealizou uma nova abordagem ao ensino das artes plásticas. Como se pode ler na Josef & Anni Albers Foundation - que preserva e divulga o legado destes artistas -, Josef foi pioneiro no ensino da cor como experiência visual subjetiva, desafiando os sistemas científicos tradicionais. Para ele, a cor era instável, ilusória e profundamente influenciada pelo contexto.
No seu método de ensino, desenvolvido na Black Mountain College e aperfeiçoado na Universidade de Yale, Albers propunha exercícios práticos que estimulavam a observação direta da interação entre cores. O objetivo era levar os alunos a descobrirem, por si, como a cor se comporta em diferentes situações.
A abordagem culminou na obra "Interaction of Color" (1963), onde apresenta esta teoria da cor, reúne exercícios, exemplos e reflexões baseadas no trabalho dos seus alunos. O livro, traduzido em várias línguas, continua a ser uma referência essencial no ensino da cor.
Maria Alzira Cabral esteve envolvida no Projeto MINERVA (1985 - 1994), que, segundo Tese de Mestrado de Isabel Santos, foi um programa pioneiro e inovador do Ministério da Educação, responsável por introduzir as TIC no ensino básico e secundário e formar professores em todo o país. Foi o resultado de um trabalho conjunto desenvolvido por várias Universidades, Escolas Superiores de Educação e outras escolas de diferentes níveis de ensino, por todo o país.
Para além de professora, lemos ainda em Edições Afrontamento, que Maria Alzira Cabral é também autora de vários livros escolares, de apoio à escrita, entre outros, dedicando-se ainda às artes plásticas, sob o pseudónimo de Joana David.
Carl Orff (1895 – 1982), músico e compositor alemão, é autor de várias obras ligadas ao ensino da música, como por exemplo, uma coletânea de músicas com o título Musik für Kinder, direcionada para crianças e organizada por níveis de dificuldade e aprendizagem. Fundou ainda, em conjunto com a dançarina Dorothea Günther, a Günther School, escola onde se ensinava Música, Dança e Ginástica a crianças; treinava-se a Música elementar, uma integração dos elementos da linguagem falada, ritmo, movimento, canção e dança, onde a improvisação é fundamental.
Criador do método Orff-Schulwerk, baseado na aprendizagem pelo trabalho (experimentar, criar e aprender), dando assim primazia ao trabalho participativo e em grupo, de reflexo estímulo-aprendizagem, e não tanto ao intelectualizado. Este método combina precursão e no canto, ritmo, movimento e improvisação.
Influenciou pedagogias musicais em vários países, inclusive Portugal, num método positivo e mais focado em músicas populares e folclore, tendo também acrescentado valor por ter redescoberto, ao nível do ensino, vários instrumentos tradicionais de várias partes do mundo.
Clementina Carneiro de Moura (1898 - 1992), nascida em Lisboa e tendo concluído o curso de Pintura da Escola de Belas Artes de Lisboa em 1920, foi professora nas escolas técnicas e defensora do ensino de bordado e artes decorativas para ambos os géneros. Divulgou a arte tradicional portuguesa em publicações significativas como Especialista nas Artes Aplicadas aos Tecidos, ficou conhecida como a “Mestre do Patchwork”.
Rudolf von Laban (1879 -1958), coreógrafo e teórico austro-húngaro, criou o sistema conhecido como Laban Movement Analysis (LMA) ou Análise de Movimento Laban, um método para descrever e interpretar movimentos humanos em termos qualitativos de corpo, esforço, forma e espaço. A sua proposta incluiu também a notação de movimento (Labanotation) e aplicações em dança terapêutica, educação e psicoterapia, integrando expressão corporal com processos psicológicos. A LMA evoluiu através de discípulos como Irmgard Bartenieff e Lisa Ullmann, sendo hoje usada em contextos terapêuticos, educativos e artísticos para promover autoconsciência corporal, comunicação não verbal e integração emocional via movimento.
Podemos ficar a conhecer melhor o seu método no website da Laban/Bartenieff and Somatic Studies International (LSSI), dedicado a programas e workshops certificados que promovem e proporcionam a aplicação destas abordagens.
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