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ArtigoFormação e Educação05/10/2025
No contexto do primeiro ciclo, segundo um estudo da Fundação la Caixa de abril de 2023, 89% dos professores sentia-se digitalmente competente para ensinar, apesar de 17% destes referiram não usar as suas competências em contextos e com recursos diferenciados. Também 54% dos respondentes diz ter experimentado implementar práticas pedagógicas por recurso ao digital.
Uma das formas de melhorar estes números passa pela formação contínua. Segundo dados recolhidos até julho de 2023 no Relatório Intermédio de Capacitação Digital das Escolas, mais de 95 mil professores, dos cerca de 111 mil que fazem parte da rede pública do ensino básico e secundário, já participaram em ações de capacitação digital. Estas formações abrangeram diferentes níveis de proficiência: 20.832 docentes desenvolveram competências iniciais, 36.078 alcançaram um nível intermédio, 7.204 chegaram a um nível avançado e 31.356 participaram em ações complementares.
Para apoiar neste processo em constante mudança, a Direção-Geral da Educação (DGE) disponibiliza, entre outros recursos, o Check-in, uma ferramenta de autorreflexão que permite aos docentes avaliar o seu nível de proficiência digital e identificar áreas de melhoria, promovendo um desenvolvimento profissional contínuo e ajustado à realidade.
O Quadro Europeu de Competência Digital para Educadores (DigCompEdu), desenvolvido pela Comissão Europeia e adaptado em Portugal pela Direção-Geral da Educação (DGE) descreve 22 competências distribuídas por seis áreas-chave, incluindo comunicação digital, criação de conteúdos, gestão de ambientes de aprendizagem, avaliação, desenvolvimento profissional e promoção da cidadania digital. A DGE oferece ainda formação contínua alinhada com o DigCompEdu, visando capacitar os docentes para a eficaz integração das tecnologias digitais na sua prática pedagógica, colocando-as ao serviço de uma educação de maior qualidade.
A comunicação em ambientes digitais passa pelo uso de ferramentas que fazem sentido no dia-a-dia da escola. Videoconferências e fóruns podem ajudar a melhorar a comunicação institucional e manter o contacto com alunos e encarregados de educação, mesmo quando não é possível estar presencialmente. Ao organizar debates online, criar grupos de trabalho e envolver os estudantes em tarefas conjuntas, o professor consegue transmitir conteúdos e, ao mesmo tempo, estimular a colaboração e o pensamento crítico.
A criação ou cocriação e gestão de conteúdos e recursos educativos digitais é outra área central. Converter materiais analógicos em recursos multimédia, por exemplo, produzir vídeos curtos ou infográficos e estruturar sequências de aprendizagem de forma lógica e acessível são práticas que tornam a aprendizagem mais envolvente. Um professor que domine estas competências consegue transformar conteúdos tradicionais em experiências interativas que motivam os alunos, permitindo-lhes rever conceitos, testar o seu conhecimento e progredir de forma autónoma.
A avaliação digital também requer uma abordagem pedagógica integrada. Utilizar quizzes online, portfolios digitais ou rubricas interativas permite ao professor dar feedback rápido e personalizado, enquanto recolhe dados sobre o desempenho dos alunos. A análise desses dados pode contribuir para monotorizar diretamente o progresso do aluno e possibilitar ajustes na estratégia pedagógica, identificar lacunas de aprendizagem e apoiar o desenvolvimento individual de cada estudante. Esta competência pode assim reforçar a capacidade do professor de acompanhar os alunos e tornar o processo de avaliação um instrumento de aprendizagem contínua.
Promover cidadania digital e segurança online é hoje uma responsabilidade inescapável do professor. Além de proteger os dados pessoais e garantir privacidade, o docente deve ensinar os alunos a navegar de forma crítica e ética, respeitando direitos de autor e combatendo a desinformação. Atividades que envolvam análise de fontes, verificação de factos e reflexão sobre o comportamento nas plataformas digitais ajudam a construir competências essenciais para o século XXI, formando alunos conscientes, críticos e responsáveis no uso da tecnologia.
O desenvolvimento profissional contínuo sustenta todas as competências anteriores. Num contexto em constante evolução tecnológica, é importante que o docente se autoavalie, participe em comunidades de prática, experimente novas ferramentas e reflita sobre a eficácia das suas estratégias. Este compromisso com a aprendizagem ao longo da vida permite que a tecnologia seja utilizada de forma pedagógica, que as aulas se mantenham atualizadas e que os alunos beneficiem de experiências de aprendizagem cada vez mais significativas e adaptadas às necessidades do mundo digital.
A educação digital não substitui a pedagogia tradicional, mas amplia-a. Ao investir nestas competências, os professores preparam-se melhor para responder às necessidades dos alunos e para ensinar de forma mais próxima da realidade atual.
Para apoiar nesta necessidade de desenvolvimento contínuo, a Plataforma NAU oferece um vasto leque de cursos online – quer ao nível da educação e pedagogia, quer ao nível de literacia digital – que podem ser concluídos de forma flexível e ao seu ritmo. Fazer este tipo de formação permite experimentar novas ferramentas, refletir sobre práticas pedagógicas e fortalecer competências essenciais para professores, garantindo aulas cada vez mais alinhadas com o mundo digital. Descubra a nossa oferta formativa em www.nau.edu.pt/cursos/.
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