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ArticleLife and Health Sciences07/11/2025
Segundo um artigo do Jornal de Negócios, em abril de 2023, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou que o investimento global em Investigação e Desenvolvimento (I&D) na área da saúde atingiria, até ao final desse ano, 1,5 mil milhões de dólares. Este valor representa um aumento de 10 % face ao anterior período homólogo e traduziu-se num acréscimo médio de 20 anos na longevidade.
Entre as várias conquistas decorrentes deste investimento global destacam-se, por exemplo, o desenvolvimento de novas vacinas e a utilização de tecnologia em diagnósticos e tratamentos, inclusive para doenças crónicas.
Além das inovações médicas, o investimento em políticas públicas e planeamento urbano focados no bem-estar dos habitantes tem sido crucial. As chamadas “cidades saudáveis” combinam esses fatores para melhorar a qualidade de vida e a saúde das populações urbanas.
De acordo com o McKinsey Health Institute, prevê-se que até 2050 cerca de 70% da população mundial residirá em áreas urbanas. O instituto destaca que “um foco na melhoria da saúde no âmbito municipal pode proporcionar de 20 a 25 bilhões de anos adicionais de vida de maior qualidade em cidades de todo o mundo (cerca de cinco anos por habitante de áreas urbanas). Todos os setores da sociedade têm um papel essencial para aproveitar essa oportunidade.”
O desenvolvimento tecnológico, aplicado à medicina, tem também revolucionado o setor da saúde em várias frentes. A telemedicina, por exemplo, embora não seja uma novidade, ganhou um impulso significativo durante a pandemia, facilitando o acompanhamento remoto dos pacientes e melhorando o acesso aos cuidados. O processo clínico eletrónico otimizou a partilha de informação entre profissionais de saúde, aumentando a eficiência e a rapidez no diagnóstico e tratamento.
Paralelamente, a Inteligência Artificial (IA) tem vindo a aprimorar a precisão diagnóstica, especialmente na análise de imagens médicas, permitindo uma interpretação mais detalhada e rápida dos exames. A Realidade Virtual (RV) e a Realidade Aumentada (RA) têm demonstrado ser ferramentas valiosas, proporcionando simulações realistas que melhoram a formação médica, terapias inovadoras e tratamentos para condições psicológicas.
Além disso, a impressão 3D tem possibilitado a produção rápida e a custos reduzidos de próteses e até órgãos biológicos. Já os robôs cirúrgicos, como o Da Vinci, permitem procedimentos muito mais precisos, reduzindo riscos e o tempo de recuperação dos pacientes.
Em Portugal, existem alguns exemplos no que toca ao investimento e desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras em prol da saúde. Um desses casos é a UpHill, uma empresa portuguesa que lidera o consórcio responsável pela implementação do i2X, um projeto europeu que visa ligar os dados de saúde de cerca de 3 milhões de pessoas através de um formato comum de registo eletrónico. Segundo uma notícia do SAPO Tek de 2024, o i2X pretende desenvolver, nos próximos quatro anos, 35 projetos-piloto em áreas prioritárias, tais como prescrição eletrónica, dados de análises e exames, sumários do doente, imagens médicas e relatórios de alta. Ao todo, são 12 os Estados-Membros, incluindo Portugal, a participar no projeto.
“O objetivo global do projeto está estreitamente alinhado com a visão da UpHill para um sistema de saúde que garanta a continuidade dos cuidados e a centralidade do doente”, explicou Eduardo Freire Rodrigues, cofundador e CEO da UpHill, citado no mesmo artigo.
Outras startups portuguesas, como a Sword Health, Tonic App e Peekmed, têm-se afirmado como motores de inovação na telemedicina e na monitorização remota, contribuindo para reforçar a resposta do Serviço Nacional de Saúde e para promover uma abordagem mais preventiva da saúde.Estas empresas destacam-se pelo seu contributo para a transformação digital do setor da saúde em Portugal, com soluções que têm potencial para mudar paradigmas.
Os investimentos e os avanços tecnológicos aplicados à medicina têm impulsionado um aumento significativo na esperança de vida e na qualidade de vida a nível mundial, especialmente nas áreas urbanas. No entanto, para que estes benefícios cheguem de forma justa a todas as populações, é crucial assegurar a inclusão digital e o acesso equitativo aos serviços de saúde digitais - um desafio destacado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Garantir um acesso justo às inovações tecnológicas na saúde implica não só disponibilizar as ferramentas, mas também promover a capacitação pessoal e profissional dos utilizadores desses sistemas. Plataformas educativas digitais, como a NAU, desempenham um papel fundamental ao oferecer formações gratuitas nessas áreas, alcançando um maior número de pessoas e contribuindo para que essas evoluções sejam cada vez mais inclusivas.
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